quarta-feira, dezembro 14, 2011

Estou, um pouco, de volta

Peço desculpa por ter andado desaparecido. Esta ausência deve-se ao facto de estar a atravessar um período complicado na minha vida. Estou desde Março desempregado e desde então têm sido meses complicados para mim, se não contarmos com o verão e início de Outono em que tirei uns dias de férias. Eu sei que soa irracional querer trabalho, mas é a sociedade que temos. O que mais me revolta nesta situação é mesmo não poder fazer greves. Já me disse várias vezes que sempre posso participar em manifestações, mas não é a mesma coisa. Em primeiro, não tenho o prazer de faltar a um dia de trabalho, por indignação. Principalmente se tivermos um trabalho que exija grande esforço (no sector público penso que não existam muitos) ou se formos motoristas/maquinistas de transportes públicos e assim importunarmos a vida de muita gente. É que algumas greves, como a dos professores, o único impacto que têm é o de deixar os outros alegres e essas, obviamente, pouco prazer darão. Em segundo, as manifestações já não são aquilo que foram no passado, como a de Rosa Parks ou a grande pirâmide de soutiens em 1968.

Apesar de ter estado sempre na condição de desempregado, tive, contudo, uma breve incursão pelo mundo da música, tocando harmónica na missa. No entanto este projecto terminou prematuramente ao ser expulso da igreja por estar a “importunar” a cerimónia e por não fazer parte do coro da igreja. É por estas, e por outras, que me custa acreditar em Deus, Moisés, nos Faraós, etc. Mas não vou estar a desenvolver este tema aqui. Na verdade quem me conhece sabe que eu não sou muito de desenvolver coisas, em geral. Na verdade eu não gosto de nada que envolva esforço físico ou mental.

Para além de todas estas desgraças, pela primeira vez em 25 anos o meu número de amigos reais é inferior ao de imaginários. Entrei num verdadeira espiral decadente e não consigo conciliar mais a minha falta de paciência com os relacionamentos sociais. Por outras palavras, cada vez menos consigo fazer o esforço de comunicar com terceiros. Por um lado estou cada vez menos hipócrita, por outro lado estou cada vez mais sozinho. Espero que com isto, pelo menos, tenha direito a receber o Rendimento de Inserção Social.

Isto tudo apenas para aqui escrever alguma coisa. Como fazem ideia não tenho tido muito tempo livre. Espero em breve voltar em força e com um mínimo de qualidade. Este post é também dedicado à Florbela que comentou o nosso blog sem, por mais incrível que possa parecer, se chocar ou nos insultar, que por aqui já depreendo que seja um ser humano fantástico, mesmo sendo feminino (à partida. Pelo menos, pelo seu bem, espero que o seja).

Escusado será também dizer que não reli o que escrevi. Erros ortográficos e frases sem sentido são, portanto, expectáveis.

Um abraço a todos.