segunda-feira, julho 23, 2007

O Principezinho e a raposa =)




"(...)
-Bom dia, disse a raposa.
-Bom dia, respondeu delicadamente o principezinho, que se voltou mas não viu ninguém.
-Estou aqui, disse a voz, sob a macieira.
-Quem és tu? perguntou o principezinho. És bem linda...
-Sou uma raposa, disse a raposa.
-Vem brincar comigo, disse o principezinho. Estou tão triste...
-Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou.
-Ah! desculpa, disse o principezinho.
Mas, depois de ter reflectido, acrescentou:
-O que quer dizer "cativar"?
(...)
-É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços...".
-Criar laços?
-Isso mesmo, disse a raposa. Para mim não passas ainda de um rapazinho muito parecido com cem mil rapazinhos. E não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Para ti sou apenas uma raposa semelhante a cem mil raposas. Mas, se me cativares, teremos necessidade um do outro. Para mim serás único no mundo. E eu serei para ti único no mundo...
-Começo a compreender, disse o principezinho. Há uma flor... creio que ela me cativou...
-É possivel, disse a raposa. Vê-se de tudo sobre a Terra...
-Oh! não é na Terra, disse o principezinho.
(...)
-A minha vida é monótona. Caço galinhas e os homens caçam-me. Todas as galinhas são parecidas umas com as outras e todos os homens são parecidos uns com os outros. Por isso aborreço-me um pouco. Mas se me cativares a minha vida ficará como que iluminada pelo sol. Conhecerei um ruído de passos que será diferente de todos os outros. Os outros passos fazem-me meter debaixo da terra. Os teus, chamar-me-ão para fora da toca como música. E além disso, olha! Vês, além, os campos de trigo? Não me alimento de pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem nada. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado! O trigo, que é dourado, far-me-á lembrar de ti. E amarei o som do vento no trigo...
A raposa calou-se e olhou muito tempo o principezinho.
-Por favor... cativa-me! disse ela.
-Gostava de o fazer, respondeu o principezinho, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e muitas coisas para conhecer.
-Só se conhecem as coisas que se cativam, disse a raposa. Os homens já não têm tempo para conhecer o que quer seja. Compram coisas feitas nos comerciantes. Mas como não existem comerciantes de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres ter um amigo, cativa-me!
-O que é que é preciso fazer? disse o principezinho.
-É necessário ser paciente, respondeu a raposa. Sentas-te primeiro um pouco longe de mim, assim, na erva. Eu olhar-te-ei pelo canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, poderás sentar-te um pouco mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
(...)
Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da partida:
-Ah! disse a raposa... Vou chorar.
-A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria que te acontecesse nada de mal, mas quiseste que te cativasse...
-É certo, disse a raposa.
-Mas vais chorar! disse o principezinho.
-Vou, disse a raposa.
-Então não ganhas nada com isso!
-Ganho, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois acrescentou:
-Vai olhar outra vez as rosas. Compreenderás que a tua é única no mundo. Voltarás para me dizer adeus e eu faço-te presente de um segredo.
O principezinho foi ver outra vez as rosas.
-Não são de modo nenhum parecidas com a minha rosa, ainda não são nada, disse-lhes ele. Ninguém vos cativou e vocês não cativaram ninguém. São como era a minha raposa. Era uma raposa parecida com cem mil outras. Mas fiz dela minha amiga e agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram muito incomodadas.
-São belas, mas vazias, disse-lhes ele ainda. Não se pode morrer por vocês. É certo que um vulgar viandante pensaria que ela se parece convosco. Mas por si é mais importante que vocês todas pois foi ela que eu reguei. Foi ela que eu coloquei sob uma redoma. Foi ela que eu abriguei com o guarda-vento. Foi a ela que matei as lagartas (excepto duas ou três para poderem dar borboletas). Foi ela que eu ouvi queixar-se ou gabar-se, ou por vezes calar-se. Ela é a minha tosa.
E voltou para junto da raposa:
-Adeus, disse...
-Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se pode ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
-O essencial é invisível aos olhos, repetiu o principezinho de modo a poder recordar-se.
-É o tempo que perdeste com a tua rosa que torna a tua rosa tão importante.
-É o tempo que eu perdi com a minha rosa... disse o principezinho para se recordar.
Os homens esqueceram-se da verdade, disse a raposa. Mas tu não deves esquecer-te. Tornaste-te para sempre responsável por aquilo que cativaste. tu és o responsável pela tua rosa...
-Sou o responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, para se recordar."


"O principezinho" Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, julho 02, 2007

ALGEBRA ODEIO TE





É isso mesmo.. n tenho mais nd a dizer...















E quanto a Vanessa ir a praia.. isso é uma das boas razões para se ir a praia e nao o que o Crom afirma!!!!!!!



ODEIO TE AMIGO AINDA MAIS QUE ALGEBRA*